"A Presidenta Dilma recebeu Dom Joaquim Mol e Frei Gilvander (representando as comunidades ameaçadas de Despejo), para dialogar sobre o conflito social que envolve as 1.200 famílias sem teto (cerca de 6 mil pessoas) – com a prefeitura de Belo Horizonte e o Governo de Minas Gerais.
Os representantes expuseram para a Presidenta as principais informações sobre o conflito social instaurado em BH. Entregaram nas mãos de Dilma um Ofício assinado pelos representantes, um Documento com 7 páginas que relata as causas, faz diagnóstico e aponta caminhos para solucionar de forma justa e digna o conflito. Entregaram também 15 fotografias das 3 comunidades.
A Presidenta ouviu atentamente e manifestou apoio político e econômico para superar o conflito de forma justa e pacífica. Dilma disse que se o Governador Antonio Anastasia e o prefeito Márcio Lacerda desapropriarem as áreas, ela ajudará a financiar via Governo Federal a urbanização e melhoramento das 1.100 casas já construídas. Olhando as fotografias, a Presidenta Dilma disse: “Já são inicio de bairros organizados. Precisam ser melhorados e jamais derrubar as casas já construídas. Tem Av. Dandara, ruas organizadas...”
Dilma se comprometeu a conversar com o Governador Anastasia e dirá a ele o que assumiu conosco. Ficou também acertado que uma agenda de reuniões será estabelecida nos Ministérios das Cidades, na Secretaria Especial das Mulheres, na Sec. dos Direitos Humanos e com todos os órgãos do Governo Federal implicados.
Reiterou que o caminho deve ser o do diálogo e que tudo deve ser feito para se evitar um despejo, o que poderá resultar em massacre de proporções inimagináveis.
A questão de Dandara se resolve desapropriando a área. A desapropriação pode e deve ser feita pelo prefeito ou pelo Governador, pois se trata de um território que está no limite de três municípios: Belo Horizonte, Ribeirão das Neves e Contagem. Após a desapropriação, a Presidenta assumiu o compromisso de colocar dinheiro para a urbanização e melhoria das moradias já edificadas.
A questão das Comunidades Camilo Torres e Irmã Dorothy, no Barreiro, exige que o Governador Anastasia decida declarar a nulidade dos contratos que repassaram os terrenos, que eram até 1992, do Governo Estadual, mas foram repassados irregularmente empresas privadas. É isso que o Ministério Público em Ação Civil Pública. Tem amparo jurídico e ético. Após conseguir a reversão dos contratos, os terrenos voltarão ao domínio público e Dilma assumiu o compromisso de colocar dinheiro do Governo Federal para melhorar as casas e construir as que faltam.
Com o apoio da Presidenta Dilma, a bola agora está com o Governador Anastasia e como prefeito Márcio Lacerda."
Por: Gilvander Moreira - Frade da Ordem do Carmo, assessor da Comissão Pastoral da Terra.
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